quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Tornado causa mortes em Santa Catarina

Tempestades afetam 72 mil pessoas em 45 municípios em Santa Catarina e deixam 138 feridos e 3,8 mil desabrigados

Construída em alvenaria, a cozinha sempre foi o motivo de orgulho da família. Todo o resto da casa era de madeira. Por isso, quando começou o vento forte e depois a chuva torrencial em Guaraciaba, no oeste catarinense, por volta das 21h de segunda-feira, o agricultor Luiz Tersi não teve dúvidas: levou a mulher, Cleusa, e as duas filhas, Juceli, 15 anos, e Ana Paula, nove, para se protegerem atrás da parede de tijolos.

O abrigo, que parecia tão seguro, não resistiu ao vento de mais de 100 km/h e desabou. Um estrondo, gritos de desespero e pânico. No escuro, Luiz conseguiu retirar Cleusa e Juceli. Ana Paula morreu soterrada.

A menina foi uma das quatro vítimas do tornado – confirmado pelo meteorologista Leandro Puchalski, da Central de Meteorologia – que atingiu a região e causou prejuízos pelo Estado. Todos os mortos moravam em Guaraciaba.

A Defesa Civil contabilizava, até a noite de ontem, 72 mil pessoas afetadas pelas chuvas fortes em 45 cidades. Seis delas decretaram situação de emergência e, Guaraciaba, estado de calamidade pública. Ao todo, são 138 feridos, 2.888 desalojados e 3.850 desabrigados. A maioria está acomodada em ginásios de esportes e escolas, além de casas de amigos e parentes.

Ontem, nos velórios em Guaraciaba eram contadas histórias de medo, dor e solidariedade. O agricultor Mário Schwab, 27 anos, perdeu a mãe, Adalice, 46 anos, e o avô, Edvino Schwab, 94 anos. Eles moravam em Linha Caravaggio, destruída pela tormenta. O pai de Mário, Pedro Paulo Schwab, também estava na casa, e foi o único que sobreviveu.

O vizinho, Ari Turani, disse que a casa da família Schwab foi arrancada do chão e que os corpos de Adalice e Edvino foram encontrados a quase 60 metros do local. Ontem, Mário lembrava que, em julho, levou o avô para visitar a cidade natal, Selbach (RS).

– Ele tinha muita vontade de voltar lá. Fico confortado por tê-lo atendido – comentou, emocionado.

A quarta vítima foi Judite Lazzari, 86 anos, natural de Dois Lajeados (RS).

O cenário nos locais atingidos pelo tornado era de destruição e desolação, repetindo cenas que marcaram as tragédias da passagem do furacão Catarina (em 2004) e das enchentes no Vale do Itajaí, em novembro de 2008. Árvores arrancadas, pedaços de telhas pelas ruas e fios de telefone e da rede elétrica no chão. E muitos chorando por terem perdido casas e carros.

Participaram desta reportagem Viviane Bevilacqua, Darci Debona, Lilian Simioni e Francine Cadore

Guaraciaba (SC)
O impacto
- Pelo menos 45 municípios foram afetados em Santa Catarina.
- Cerca de 70% das casas no interior de Guaraciaba, no Oeste, foram destruídas. Quatro pessoas morreram.
- O temporal deixou em torno de 1,5 milhão sem luz em SC. O fornecimento a mais de 80% dos consumidores atingidos foi restabelecido. Mas 120 mil catarinenses no Extremo-Oeste devem acordar sem luz hoje.
- Casas ficaram destelhadas em diversas cidades e praticamente em todas as regiões do Estado: Aberlardo Luz (Oeste), 370, Caçador (Meio-Oeste), 90, Blumenau (Vale do Itajaí), 70, Monte Castelo (Planalto Norte), 100, Schroeder (Norte), 100.
- A cobertura da Escola Municipal Vitor Meirelles, em Jaraguá do Sul, foi levada pelo vento. E em Schoroeder, o telhado de um ginásio de esportes desabou. Em Joinville, os ventos danificaram semáforos e destelharam casas.
- Houve queda de barreiras e árvores em diversas rodovias. No trecho entre Palhoça e Passo de Torres, na BR-101, placas de sinalização às margens da rodovia e indicativas de desvios de pista fo

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PROFESSOR DO COLÉGIO MUNICIPAL DE ADUSTINA, COORDENADOR PEDAGÓGICO DA ESCOLA MUNICIPAL MADRE MARIA LINA E COORDENADOR DA APLB-NÚCLEO DE ADUSTINA

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