Publicado em Terça, 13 Maio 2014 17:58
A Comissão Especial da Câmara dos Deputados,
encarregada em apreciar as alterações feitas pelo Senado Federal no projeto de Plano Nacional de Educação (PL 8.035/2010),
concluiu seus trabalhos no dia 6 de maio, estando, agora, a matéria apta para
apreciação final no plenário da Casa.
Conforme a CNTE vinha informando, a versão do PNE
aprovada no Senado rebaixou a expectativa do direito à educaçãopública de qualidade, especialmente ao
permitir a transferência de verbas públicas para escolas privadas e ao negar o
combate a determinadas discriminações ainda arraigadas na sociedade brasileira
(art. 2º, III do PL 8.035).
Completando a lista de prejuízos ao projeto
inicialmente aprovado na Câmara dos Deputados, em 2012, está a reintrodução da
estratégia 7.36, que condiciona o repasse de verbas para as escolas públicas à nota de cada uma delas obtida
no IDEB. E pior: a estratégia também orienta a política de bonificação do
magistério pelas notas dos estudantes no IDEB, sem levar em consideração as
desigualdades nos sistemas educacionais advindas
desde a origem social dos estudantes, perpassando pelas condições de trabalho dos educadores em estruturas
física e pedagógica precárias das escolas e em jornadas múltiplas de trabalho.
Sobre o aspecto conceitual, a CNTE é contra a
estratégia 7.36, haja vista pretender consolidar uma perigosa política
neoliberal na educação, adotada em estados como São Paulo e Minas Gerais, a qual certamente terá
impactos mais devastadores em regiões menos abastadas do país, que poderão ser
penalizadas com menos recursos para suas escolas. Ademais, a orientação da
bonificação nos salários dos docentes desconstrói a perspectiva de planos de
carreira valorizados, desestimulando o ingresso da juventude na carreira
docente e a permanência dos atuais profissionais nas redes escolares.
Assim sendo, caso o plenário da Câmara dos
Deputados ratifique a posição da Comissão Especial do PNE, mantendo a
estratégia 7.36, a CNTE fará campanha junto a presidenta Dilma Rousseff pelo
veto dessa estratégia - que afronta as resoluções de seu partido político e a
plataforma do Governo -,
bem como do § 4º do art. 5º (vinculação do PIB para a educação não pública) e
do inciso III do art. 2º do substitutivo da Comissão Especial da Câmara, a fim
de resguardar o texto do PNE aprovado inicialmente pelos deputados com amplo
apoio da sociedade brasileira.
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