O POVO
BRASILEIRO
A FORMAÇÃO E O SENTIDO DO
BRASIL
Darcy Ribeiro
INTRODUÇÃO
O
Brasil
e
os
brasileiros,
sua
gestação
como
povo,
é
o
que
trataremos
de
reconstituir
e
compreender
nos
capítulos
seguintes.
Surgimos
da
confluência,
do
entrechoque
e
do
caldeamento
do
invasor
português
com
índios
silvícolas
e
campineiros
e
com
negros
africanos,
uns
e
outros
aliciados
como
escravos.
Nessa
confluência,
que
se
dá
sob
a
regência
dos
portugueses,
matrizes
raciais
díspares,
tradições
culturais
distintas,
formações
sociais
defasadas
se
enfrentam
e
se
fundem
para
dar
lugar
a
um
povo
novo
(Ribeiro
1970),
num
novo
modelo
de
estruturação
societária.
Novo
porque
surge
como
uma
etnia
nacional,
diferenciada
culturalmente
de
suas
matrizes
formadoras,
fortemente
mestiçada,
dinamizada
por
uma
cultura
sincrética
e
singularizada
pela
redefinição
de
traços
culturais
delas
oriundos.
Também
novo
porque
se
vê
a
si
mesmo
e
é
visto
como
uma
gente
nova,
um
novo
gênero
humano
diferente
de
quantos
existam.
Povo
novo,
ainda,
porque
é
um
novo
modelo
de
estruturação
societária,
que
inaugura
uma
forma
singular
de
organização
sócio‐econômica,
fundada
num
tipo
renovado
de
escravismo
e
numa
servidão
continuada
ao
mercado
mundial.
Novo,
inclusive,
pela
inverossímil
alegria
e
espantosa
vontade
de
felicidade,
num
povo
tão
sacrificado,
que
alenta
e
comove
a
todos
os
brasileiros.
Velho,
porém,
porque
se
viabiliza
como
um
proletariado
externo.
Quer
dizer,
como
um
implante
ultramarino
da
expansão
européia
que
não
existe
para
si
mesmo,
mas
para
gerar
lucros
exportáveis
pelo
exercício
da
função
de
provedor
colonial
de
bens
para
o
mercado
mundial,
através
do
desgaste
da
população
que
recruta
no
país
ou
importa.
A
sociedade
e
a
cultura
brasileiras
são
conformadas
como
variantes
da
versão
lusitana
da
tradição
civilizatória
européia
ocidental,
diferenciadas
por
coloridos
herdados
dos
índios
americanos
e
dos
negros
africanos.
O
Brasil
emerge,
assim,
como
um
renovo
mutante,
remarcado
de
características
próprias,
mas
atado
genesicamente
à
matriz
portuguesa,
cujas
potencialidades
insuspeitadas
de
ser
e
de
crescer
só
aqui
se
realizariam
plenamente.
A
confluência
de
tantas
e
tão
variadas
matrizes
formadoras
poderia
ter
resultado
numa
sociedade
multiétnica,
dilacerada
pela
oposição
de
componentes
diferenciados
e
imiscíveis.
Ocorreu
justamente
o
contrário,
uma
vez
que,
apesar
de
sobreviverem
na
fisionomia
somática
e
no
espírito
dos
brasileiros
os
signos
de
sua
múltipla
ancestralidade,
não
se
diferenciaram
em
antagônicas
minorias
raciais,
culturais
ou
regionais,
vinculadas
a
lealdades
étnicas
próprias
e
disputantes
de
autonomia
frente
à
nação.
As
únicas
exceções
são
algumas
microetnias
tribais
que
sobreviveram
como
ilhas,
cercadas
pela
população
brasileira.
Ou
que,
vivendo'
para
além
das
fronteiras
da
civilização,
conservam
sua
identidade
étnica.
São
tão
pequenas,
porém,
que
qualquer
que
seja
seu
destino,
já
não
podem
afetar
à
macroetnia
em
que
estão
contidas.
O
que
tenham
os
brasileiros
de
singular
em
relação
aos
portugueses
decorre
das
qualidades
diferenciadoras
oriundas
de
suas
matrizes
indígenas
e
africanas;
da
proporção
particular
em
que
elas
se
congregaram
no
Brasil;
das
condições
ambientais
que
enfrentaram
aqui
e,
ainda,
da
natureza
dos
objetivos
de
produção
que
as
engajou
e
reuniu.
Essa
unidade
étnica
básica
não
significa,
porém,
nenhuma
uniformidade,
mesmo
porque
atuaram
sobre
ela
três
forças
diversificadoras.
A
ecológica,
fazendo
surgir
paisagens
humanas
distintas
onde
as
condições
de
meio
ambiente
obrigaram
a
adaptações
regionais.
A
econômica,
criando
formas
diferenciadas
de
produção,
que
conduziram
a
especializações
funcionais
e
aos
seus
correspondentes
gêneros
de
vida.
E,
por
último,
a
imigração,
que
introduziu,
nesse
magma,
novos
contingentes
humanos,
principalmente
europeus,
árabes
e
japoneses.
Mas
já
o
encontrando
formado
e
capaz
de
absorvê‐los
e
abrasileirá‐los,
apenas
estrangeirou
alguns
brasileiros
ao
gerar
diferenciações
nas
áreas
ou
nos
estratos
sociais
onde
os
imigrantes
mais
se
concentraram.
Por
essas
vias
se
plasmaram
historicamente
diversos
modos
rústicos
de
ser
dos
brasileiros,
que
permitem
distingui‐los,
hoje,
como
sertanejos
do
Nordeste,
caboclos
da
Amazônia,
crioulos
do
litoral,
caipiras
do
Sudeste
e
Centro
do
país,
gaúchos
das
campanhas
sulinas,
além
de
ítalo‐brasileiros,
teuto‐brasileiros,
nipo‐brasileiros
etc.
Todos
eles
muito
mais
marcados
pelo
que
têm
de
comum
como
brasileiros,
do
que
pelas
diferenças
devidas
a
adaptações
regionais
ou
funcionais,
ou
de
miscigenação
e
aculturação
que
emprestam
fisionomia
própria
a
uma
ou
outra
parcela
da
população.
A
urbanização,
apesar
de
criar
muitos
modos
citadinos
de
ser,
contribuiu
para
ainda
mais
uniformizar
os
brasileiros
no
plano
cultural,
sem,
contudo,
borrar
suas
diferenças.
A
industrialização,
enquanto
gênero
de
vida
que
cria
suas
próprias
paisagens
humanas,
plasmou
ilhas
fabris
em
suas
regiões.
As
novas
formas
de
comunicação
de
massa
estão
funcionando
ativamente
como
difusoras
e
uniformizadoras
de
novas
formas
e
estilos
culturais.
Conquanto
diferenciados
em
suas
matrizes
raciais
e
culturais
e
em
suas
funções
ecológico‐regionais,
bem
como
nos
perfis
de
descendentes
de
velhos
povoadores
ou
de
imigrantes
recentes,
os
brasileiros
se
sabem,
se
sentem
e
se
comportam
como
uma
só
gente,
pertencente
a
uma
mesma
etnia.
Vale
dizer,
uma
entidade
nacional
distinta
de
quantas
haja,
que
fala
uma
mesma
língua,
só
diferenciada
por
sotaques
regionais,
menos
remarcados
que
os
dialetos
de
Portugal.
Participando
de
um
corpo
de
tradições
comuns
mais
significativo
para
todos
que
cada
uma
das
variantes
subculturais
que
diferenciaram
os
habitantes
de
uma
região,
os
membros
de
uma
classe
ou
descendentes
de
uma
das
matrizes
formativas.
Mais
que
uma
simples
etnia,
porém,
o
Brasil
é
uma
etnia
nacional,
um
povo‐nação,
assentado
num
território
próprio
e
enquadrado
dentro
de
um
mesmo
Estado
para
nele
viver
seu
destino.
Ao
contrário
da
Espanha,
na
Europa,
ou
da
Guatemala,
na
América,
por
exemplo,
que
são
sociedades
multiétnicas
regidas
por
Estados
unitários
e,
por
isso
mesmo,
dilaceradas
por
conflitos
interétnicos,
os
brasileiros
se
integram
em
uma
única
etnia
nacional,
constituindo
assim
um
só
povo
incorporado
em
uma
nação
unificada,
num
Estado
uni‐étnico.
A
única
exceção
são
as
múltiplas
microetnias
tribais,
tão
imponderáveis
que
sua
existência
não
afeta
o
destino
nacional.
Aquela
uniformidade
cultural
e
esta
unidade
nacional
‐
que
são,
sem
dúvida,
a
grande
resultante
do
processo
de
formação
do
povo
brasileiro
‐
não
devem
cegar‐nos,
entretanto,
para
disparidades,
contradições
e
antagonismos
que
subsistem
debaixo
delas
como
fatores
dinâmicos
da
maior
importância.
A
unidade
nacional,
viabilizada
pela
integração
econômica
sucessiva
dos
diversos
implantes
coloniais,
foi
consolidada,
de
fato,
depois
da
independência,
como
um
objetivo
expresso,
alcançado
através
de
lutas
cruentas
e
da
sabedoria
política
de
muitas
gerações.
Esse
é,
sem
dúvida,
o
único
mérito
indiscutível
das
velhas
classes
dirigentes
brasileiras.
Comparando
o
bloco
unitário
resultante
da
América
portuguesa
com
o
mosaico
de
quadros
nacionais
diversos
a
que
deu
lugar
a
América
hispânica,
pode
se
avaliar
a
extraordinária
importância
desse
feito.
Essa
unidade
resultou
de
um
processo
continuado
e
violento
de
unificação
política,
logrado
mediante
um
esforço
deliberado
de
supressão
de
toda
identidade
étnica
discrepante
e
de
repressão
e
opressão
de
toda
tendência
virtualmente
separatista.
Inclusive
de
movimentos
sociais
que
aspiravam
fundamentalmente
edificar
uma
sociedade
mais
aberta
e
solidária.
A
luta
pela
unificação
potencializa
e
reforça,
nessas
condições,
a
repressão
social
e
classista,
castigando
como
separatistas
movimentos
que
eram
meramente
republicanos
ou
antioligárquicos.
Subjacente
à
uniformidade
cultural
brasileira,
esconde‐se
uma
profunda
distância
social,
gerada
pelo
tipo
de
estratificação
que
o
próprio
processo
de
formação
nacional
produziu.
O
antagonismo
classista
que
corresponde
a
toda
estratificação
social
aqui
se
exacerba,
para
opor
uma
estreitíssima
camada
privilegiada
ao
grosso
da
população,
fazendo
as
distâncias
sociais
mais
intransponíveis
que
as
diferenças
raciais.
O
povo‐nação
não
surge
no
Brasil
da
evolução
de
formas
anteriores
de
sociabilidade,
em
que
grupos
humanos
se
estruturam
em
classes
opostas,
mas
se
conjugam
para
atender
às
suas
necessidades
de
sobrevivência
e
progresso.
Surge,
isto
sim,
da
concentração
de
uma
força
de
trabalho
escrava,
recrutada
para
servir
a
propósitos
mercantis
alheios
a
ela,
através
de
processos
tão
violentos
de
ordenação
e
repressão
que
constituíram,
de
fato,
um
continuado
genocídio
e
um
etnocídio
implacável.
Nessas
condições,
exacerba‐se
o
distanciamento
social
entre
as
classes
dominantes
e
as
subordinadas,
e
entre
estas
e
as
oprimidas,
agravando
as
oposições
para
acumular,
debaixo
da
uniformidade
étnico‐cultural
e
da
unidade
nacional,
tensões
dissociativas
de
caráter
traumático.
Em
conseqüência,
as
elites
dirigentes,
primeiro
lusitanas,
depois
luso‐
brasileiras
e,
afinal,
brasileiras,
viveram
sempre
e
vivem
ainda
sob
o
pavor
pânico
do
alçamento
das
classes
oprimidas.
Boa
expressão
desse
pavor
pânico
é
a
brutalidade
repressiva
contra
qualquer
insurgência
e
a
predisposição
autoritária
do
poder
central,
que
não
admite
qualquer
alteração
da
ordem
vigente.
A
estratificação
social
separa
e
opõe,
assim,
os
brasileiros
ricos
e
remediados
dos
pobres,
e
todos
eles
dos
miseráveis,
mais
do
que
corresponde
habitualmente
a
esses
antagonismos.
Nesse
plano,
as
relações
de
classes
chegam
a
ser
tão
infranqueáveis
que
obliteram
toda
comunicação
propriamente
humana
entre
a
massa
do
povo
e
a
minoria
privilegiada,
que
a
vê
e
a
ignora,
a
trata
e
a
maltrata,
a
explora
e
a
deplora,
como
se
esta
fosse
uma
conduta
natural.
A
façanha
que
representou
o
processo
de
fusão
racial
e
cultural
é
negada,
desse
modo,
no
nível
aparentemente
mais
fluido
das
relações
sociais,
opondo
à
unidade
de
um
denominador
cultural
comum,
com
que
se
identifica
um
povo
de
160
milhões
de
habitantes,
a
dilaceração
desse
mesmo
povo
por
uma
estratificação
classista
de
nítido
colorido
racial
e
do
tipo
mais
cruamente
desigualitário
que
se
possa
conceber.
O
espantoso
é
que
os
brasileiros,
orgulhosos
de
sua
tão
proclamada,
como
falsa,
"democracia
racial",
raramente
percebem
os
profundos
abismos
que
aqui
separam
os
estratos
sociais.
O
mais
grave
é
que
esse
abismo
não
conduz
a
conflitos
tendentes
a
transpô‐lo,
porque
se
cristalizam
num
modus
vivendi
que
aparta
os
ricos
dos
pobres,
como
se
fossem
castas
e
guetos.
Os
privilegiados
simplesmente
se
isolam
numa
barreira
de
indiferença
para
com
a
sina
dos
pobres,
cuja
miséria
repugnante
procuram
ignorar
ou
ocultar
numa
espécie
de
miopia
social,
que
perpetua
a
alternidade.
O
povo‐massa,
sofrido
e
perplexo,
vê
a
ordem
social
como
um
sistema
sagrado
que
privilegia
uma
minoria
contemplada
por
Deus,
à
qual
tudo
é
consentido
e
concedido.
Inclusive
o
dom
de
serem,
às
vezes,
dadivosos,
mas
sempre
frios
e
perversos
e,
invariavelmente,
imprevisíveis.
Essa
alternidade
só
se
potencializou
dinamicamente
nas
lutas
seculares
dos
índios
e
dos
negros
contra
a
escravidão.
Depois,
somente
nas
raras
instâncias
em
que
o
povo‐massa
de
uma
região
se
organiza
na
luta
por
um
projeto
próprio
e
alternativo
de
estruturação
social,
como
ocorreu
com
os
Cabanos,
em
Canudos,
no
Contestado
e
entre
os
Mucker.
Nessas
condições
de
distanciamento
social,
a
amargura
provocada
pela
exacerbação
do
preconceito
classista
e
pela
consciência
emergente
da
injustiça
bem
pode
eclodir,
amanhã,
em
convulsões
anárquicas
que
conflagrem
toda
a
sociedade.
Esse
risco
sempre
presente
é
que
explica
a
preocupação
obsessiva
que
tiveram
as
classes
dominantes
pela
manutenção
da
ordem.
Sintoma
peremptório
de
que
elas
sabem
muito
bem
que
isso
pode
suceder,
caso
se
abram
as
válvulas
de
contenção.
Daí
suas
"revoluções
preventivas",
conducentes
a
ditaduras
vistas
como
um
mal
menor
que
qualquer
remendo
na
ordem
vigente.
É
de
assinalar
que
essa
preocupação
se
assentava,
primeiro,
no
medo
da
rebeldia
dos
escravos.
Dada
a
coloração
escura
das
camadas
mais
pobres,
esse
medo
racial
persiste,
quando
são
os
antagonismos
sociais
que
ameaçam
eclodir
com
violência
assustadora.
Efetivamente,
poderá
assumir
a
forma
de
convulsão
social
terrível,
porque,
com
uma
explosão
emocional,
acabaria
provavelmente
vencida
e
esmagada
por
forças
repressoras,
que
restaurariam,
sobre
os
escombros,
a
velha
ordem
desigualitária.
O
grande
desafio
que
o
Brasil
enfrenta
é
alcançar
a
necessária
lucidez
para
concatenar
essas
energias
e
orientá‐las
politicamente,
com
clara
consciência
dos
riscos
de
retrocessos
e
das
possibilidades
de
liberação
que
elas
ensejam.
O
povo
brasileiro
pagou,
historicamente,
um
preço
terrivelmente
alto
em
lutas
das
mais
cruentas
de
que
se
tem
registro
na
história,
sem
conseguir
sair,
através
delas,
da
situação
de
dependência
e
opressão
em
que
vive
e
peleja.
Nessas
lutas,
índios
foram
dizimados
e
negros
foram
chacinados
aos
milhões,
sempre
vencidos
e
integrados
nos
plantéis
de
escravos.
O
povo
inteiro,
de
vastas
regiões,
às
centenas
de
milhares,
foi
também
sangrado
em
contra‐revoluções
sem
conseguir
jamais,
senão
episodicamente,
conquistar
o
comando
de
seu
destino
para
reorientar
o
curso
da
história.
Ao
contrário
do
que
alega
a
historiografia
oficial,
nunca
faltou
aqui,
até
excedeu,
o
apelo
à
violência
pela
classe
dominante
como
arma
fundamental
da
construção
da
história.
O
que
faltou,
sempre,
foi
espaço
para
movimentos
sociais
capazes
de
promover
sua
reversão.
Faltou
sempre,
e
falta
ainda,
clamorosamente,
uma
clara
compreensão
da
história
vivida,
como
necessária
nas
circunstâncias
em
que
ocorreu,
e
um
claro
projeto
alternativo
de
ordenação
social,
lucidamente
formulado,
que
seja
apoiado
e
adotado
como
seu
pelas
grandes
maiorias.
Não
é
impensável
que
a
reordenação
social
se
faça
sem
convulsão
social,
por
via
de
um
reformismo
democrático.
Mas
ela
é
muitíssimo
improvável
neste
país
em
que
uns
poucos
milhares
de
grandes
proprietários
podem
açambarcar
a
maior
parte
de
seu
território,
compelindo
milhões
de
trabalhadores
a
se
urbanizarem
para
viver
a
vida
famélica
das
favelas,
por
força
da
manutenção
de
umas
velhas
leis.
Cada
vez
que
um
político
nacionalista
ou
populista
se
encaminha
para
a
revisão
da
institucionalidade,
as
classes
dominantes
apelam
para
a
repressão
e
a
força.
Este
livro
é
um
esforço
para
contribuir
ao
atendimento
desse
reclamo
de
lucidez.
Isso
é
o
que
tentei
fazer
a
seguir.
Primeiro,
pela
análise
do
processo
de
gestação
étnica
que
deu
nascimento
aos
núcleos
originais
que,
multiplicados,
vieram
a
formar
o
povo
brasileiro.
Depois,
pelo
estudo
das
linhas
de
diversificação
que
plasmaram
os
nossos
modos
regionais
de
ser.
E,
finalmente,
por
via
da
crítica
do
sistema
institucional,
notadamente
a
propriedade
fundiária
e
o
regime
de
trabalho
‐
no
âmbito
do
qual
o
povo
brasileiro
surgiu
e
cresceu,
constrangido
e
deformado.
FONTE:DARCY RIBEIRO
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