Fim de ano... muitas decisões são tomadas, principalmente, com relação à vida escolar das crianças. Agora, nos meses de novembro e dezembro, as escolas recebem visitas de centenas de pais para matricularem os seus filhos, mas é hora de estar atento a algumas mudanças.
A lei do ensino fundamental de nove anos, sancionada em fevereiro de 2006, pelo presidente Lula tem o período de adaptação até o próximo ano (2010), e ainda causa divergências e falta de consenso, principalmente nas escolas particulares. Pensada como medida de garantia para maior tempo de convívio escolar, com um ensino de melhor qualidade para os alunos, a proposta do MEC – Ministério da Educação prevê que a criança com 6 anos de idade ingresse no ensino fundamental (antiga 1ª série). Antes, esse período devia ser iniciado aos 7 anos. Ou seja, a intenção é fazer com que a criança se alfabetize mais cedo, com 5 anos de idade.
Essa questão já é discutida desde a criação, em 1996, da Lei de Diretrizes e Bases, que sinalizava a adoção de nove anos de ensino fundamental como tendência porque permitiria o aumento de crianças nas escolas. Contudo, a implantação desse novo sistema de ensino acarreta uma série de modificações quanto ao corpo docente, infra-estrutura da escola e principalmente, no projeto pedagógico.
Muitos educadores acreditam que essa modificação gere um novo modelo de infância, prejudicial ao desenvolvimento das crianças. “A idade de brincar será reduzida e as crianças passarão para um sistema mais rigoroso mais cedo”, aponta Luciane Souza, coordenadora do Infantil da Escola Tempo de Criança.
O MEC, contudo, sugestiona que a implementação do ensino fundamental de nove anos tende a levar a uma escolarização mais construtiva. Mas, na opinião de Sônia Alban, pedagoga e coordenadora de ensino fundamental da Escola tempo de Criança, esta medida é paliativa, pois foi pensada para conter a defasagem do ensino da rede pública tanto na parte estrutural quanto na didática. “Os alunos saíam da escola na 4ª séria sem saber escrever”, argumenta a pedagoga.
Sônia acrescenta que muitos meninos e meninas passam por este período de adaptação (a passagem do Infantil para o Fundamental) de forma diferente e ideal é respeitar o desenvolvimento de cada criança. “O projeto do MEC leva em consideração a idade e não a capacidade cognitiva”, destaca. Assim como está ocorrendo com pedagogos, educadores das escolas particulares, esta mudança está gerando muitas dúvidas nos pais, que ainda não entenderam muito bem essa modificação, sobretudo porque as instituições de ensino, sobretudo as da rede particular, ainda não chegaram a um consenso de aplicação da nova norma. Este ano, inclusive, algumas delas, estenderam o período de começo das aulas, para que, no ano que vem, possam abarcar uma maior quantidade de matrículas no Ensino Fundamental, que custa mais caro e trará dividendos mais elevados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário